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Vinícius Júnior, saiu de São Gonçalo (RJ) e logo despontou como uma grande promessa do futebol brasileiro. Aos 18 anos, deixou o Brasil rumo à Espanha.
Novo país, nova língua, novos companheiros. Superou cada novo desafio com uma dedicação ímpar, se tornou referência. Aos 23 anos, é uma das maiores estrelas do esporte.
Mas essa trajetória de sucesso não impediu que Vinícius sofresse – repetidas vezes – agressões racistas.
Brasileiro, negro, vive na Europa a triste realidade de tantos e tantos imigrantes: o racismo estrutural, herança de um passado colonial que está longe de ser superado.
A jornalista Aline Midlej cita “camadas de omissão”. Clubes, patrocinadores, federação esportiva, justiça, todos acionados sem resposta. Os processos abertos foram arquivados, nenhuma medida foi tomada.
Usando sua voz e alcance midiático, o atleta trouxe a situação à tona após mais um caso em que ele, a vítima, foi o único punido.
O governo brasileiro prontamente se manifestou, mobilizando diversos ministérios para promover o diálogo entre os países e cobrar ações concretas das autoridades.
A Ministra da Igualdade Racial Anielle Franco comentou: “(…) a gente vai tá cuidando do povo brasileiro preto, seja aqui, seja fora do país, porque se tem uma coisa que assola a nossa comunidade preta é o racismo. E esse mal é um caso que a gente precisa combater na raiz.”
O jornal madrilenho Marca trouxe em sua capa (23/05/23) a célebre frase da ativista e intelectual Angela Davis, em espanhol: “No es suficiente con no ser racistas, hay que ser Antirracistas”.